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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

soneto da separação

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espumaE das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repenteFez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

Vinícius de Moraes

Um comentário:

Simone da S. Francisco disse...

Essa poesia me lembra um amigo muito querido chamado Luis que me deu meu primeiro livro de sonetos de vinicius de moraes