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sábado, 17 de abril de 2010

solte a prancha

Há alguns meses frequento uma escola de natação e lá tenho aprendido muito mais do que a nadar. Nas primeiras aulas eu e outras duas alunas novatas recebemos aquelas orientações básicas sobre como flutuar, respirar embaixo d’água e girar os braços em sincronismo com as pernas, claro que tudo bem próximo a barra da piscina, já que nenhum de nós ainda havia perdido o medo.

Aos pouco os desafios foram aumentando e certo dia a professora pediu para que deixássemos o lugar seguro e nos lançássemos na água usando tudo aquilo que já tínhamos aprendido. Como cavalheiro, fiz questão que as mulheres começassem...rs. A primeira colega não hesitou e rapidamente cumpriu a tarefa. Certamente a facilidade dela me deixou empolgado.

Então chegou a vez da segunda aluna. Ela respirou fundo e se jogou na água como se fosse atravessar a piscina nadando. Mas logo se desequilibrou, começou a se debater e precisou da ajuda da professora.
Aquilo tudo contribuiu para que o meu medo voltasse. Sabendo que era minha vez e não tinha mais como adiá-la, sem pensar muito peguei uma pequena prancha e fui. Terminei a missão, apesar de ser o único a usar aquele material como apoio. Mesmo não concordando, a professora compreendeu o meu gesto desesperado.

A lição foi repetida nas aulas seguintes e em todas elas a prancha era sempre minha grande aliada. Por me dar segurança, não conseguia me desgrudar dela. Enquanto isso as outras alunas seguiam nadando apenas com os braços e as pernas. Confesso que isso me incomodava um pouco, afinal também queria ter essa coragem. Por várias vezes pensei em deixar a prancha, pois sabia que a professora esperava mais de mim.

Todos nós temos algumas “pranchas” nas nossas vidas e sabemos que elas não agradam ao Grande Professor. Pode até parecer que somos dependentes dessas “pranchas” e que sem elas não conseguiremos continuar, mas isso é um grande engano. A verdade é que o conforto nos impede de crescer. Nem sempre a nossa vontade é a vontade do Professor. Ele tem muito para nos ensinar, mas por medo e comodismo insistimos em continuar como estamos.

A professora de natação desejava me ensinar outras técnicas. Mas para aprender a nadar crawl, costas, peito e até borboleta era necessário abandonar a prancha. Se você quer viver todos os seus sonhos é hora de se entregar por inteiro.

Confie no Professor. Solte a prancha, você não precisa mais dela.

Paz e sucesso!

Juliano Matos



Escrito por Juliano Matos às 10:26

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